sexta-feira, 17 de julho de 2015

Manguezal


O QUE É UM MANGUEZAL?


        Normalmente encontramos muitas definições para manguezal, isso é comum na área de humanas. Cada autor procura definir a sua maneira, o mais indicado é ler várias definições e enquadrar aquela que esta mais adequada ao seu ponto de vista. Minha intenção aqui é REUNIR INFORMAÇÕES importantes sobre o tema, podendo ajudar a melhor compreensão.         

      Manguezais são ecossistemas costeiros de transição da interface terra-mar de regiões tropicais e subtropicais, associados a eventos de transgressão marinha que tiveram o início de seu desenvolvimento há 5 mil anos atrás. O manguezal recebe esse nome devido a sua vegetação dominante de mangue, tipo de vegetação halófita (tolerância ao sal) adaptada a viver em ambientes de planície de inundação de marés. Associado aos mangues é possível encontrar também outros vegetais e animais que encontram nessas árvores abrigo, proteção e alimento. O máximo de desenvolvimento deste tipo de ecossistema se dá em regiões com alto índice pluviométrico e grande amplitude de maré, região equatorial. Pela costa do Brasil, os manguezais se distribuem quase 26.000km² desde o Amapá até Santa Catarina.


   O manguezal é um ecossistema costeiro de transição entre os ambientes terrestre e marinho, característico de regiões tropicais e subtropicais e sujeito ao regime das marés. Ocorre em regiões costeiras abrigadas como estuários, baías e lagunas, e apresenta condições propícias para alimentação, proteção e reprodução para muitas espécies animais, sendo considerado importante transformador de nutrientes em matéria orgânica e gerador de bens e serviços. (Schaeffer-Novelli 1995).

      O mangue se instala em áreas de sedimentos lamosos não consolidados, com pouca declividade, e em geral associados a baías, lagunas, estuários e deltas. O substrato do manguezal apesar de ser rico em matéria orgânico e nutriente, é hipersalino e hipóxico, com isso o mangue desenvolveu adaptações para esse ambiente; como as lenticelas que possibilitam trocas gasosas diretamente com o ar, raízes radiais e de suporte para dar sustentabilidade no sedimento lamoso, viviparidade para assegurar o sucesso reprodutivo e adaptações fisiológicas para suportar a grande variação de salinidade.




APICUM


     A zona do apicum, segundo Bigarella (1947), faz parte da sucessão natural do manguezal para outras comunidades vegetais, sendo resultado da deposição de areias finas por ocasião da preamar. Manguezais são, geralmente, sistemas jovens uma vez que a dinâmica das marés nas áreas onde se localizam produz constante modificação na topografia desses terrenos, resultando numa seqüência de avanços e recuos da cobertura vegetal.



       ''Salgado, ecótono, zona de transição, areal, são denominações utilizadas para designar uma zona de solo geralmente arenoso, ensolarada, desprovida de cobertura vegetal ou abrigando uma vegetação herbácea. Aparentemente desprovida de fauna, ou seja, praticamente um deserto, apesar de estar cercada por um ecossistema pululante de vida – o manguezal (Nascimento, 1993)''.






MARISMA 

     São comunidades dominadas principalmente por vegetação herbácea perene ou “anual”, podendo estar ainda associada a alguns arbustos, contrastando com o manguezal que é dominado por espécies vegetais arbóreas (Costa & Davy, 1992).






ESTUÁRIO


        Estuários são corpos de água costeiros semifechados com ligação livre com oceano aberto, estendendo-se rio acima até o limite da influência da maré, sendo que em seu interior a água do mar é mensuravelmente diluída pela água doce oriunda da drenagem continental (CAMERON & PRITCHARD, 1963; FAIRBRIDGE, 1980; DYER, 1997), incluindo a plataforma continental adjacente onde a pluma estuarina interage com as águas costeiras mais salinas (MIRANDA, 2002). Um estuário pode ser subdividido em três zonas distintas: a) Zona de maré do rio – parte fluvial com salinidade praticamente igual a zero, ainda sujeita a influência da maré; b) Zona de mistura – região onde ocorre a mistura da água doce da drenagem continental com a água do mar; c) Zona Costeira – região costeira adjacente que se estende até a frente da pluma estuarina, que delimita a camada limite costeira (Kjerfve, 1987). A zona de mistura é onde ocorrem os fortes gradientes longitudinais e verticais da salinidade, onde a intrusão salina no canal é diretamente relacionada com a descarga fluvial e com a maré (Kostaschuk & Atwood, 1989). A salinidade também pode variar verticalmente, o que distingue estuários quanto à estrutura vertical de salinidade, podendo ser classificados como altamente estratificado, parcialmente estratificado e verticalmente homogêneo (Cameron & Pritchard, 1963). 

     Estuários são ambientes de grande importância sócio-econômica e biológica, onde ocorrem intensas transformações de matéria orgânica, devido à abundância e diversidade de sua comunidade e a renovação periódica de sua água, representando um importante ponto de ligação entre os ecossistemas fluviais e marinhos (Pereira Filho, 2003). Entretanto, relativamente poucos estuários ao redor do mundo são efetivamente conhecidos ao ponto de que este conhecimento forneça bases para tomadas de decisão para o desenvolvimento sustentável (Schettini, 2002). Os sistemas estuarinos são os principais fornecedores de nutrientes para a região costeira, pois recebem e concentram o material originado de sua bacia de drenagem e podem vir a receber aportes significativos por ação antrópica. Todo esse aporte de nutrientes, matéria prima para a produção primária, coloca os estuários entre os sistemas mais produtivos do mundo, com altas taxas de produção primária e teores de biomassa autótrofa.



 

FOTO: ESTUÁRIO DE MARACAÍPE - PE.




TIPOS DE MANGUE ENCONTRADOS AO LONGO DO LITORAL BRASILEIRO





          A caracterização estrutural da vegetação do manguezal constitui valiosa ferramenta no que concerne à resposta desse ecossistema às condições ambientais existentes, bem como aos estudos e ações que levam à conservação do ambiente (Soares 1999).


MANGUE VERMELHO:


Rhizophora mangle (mangue vermelho):  Os mangues vermelhos são as espécies que ficam próximas da margem, ou seja, ficam mais expostas. Apresentam raízes escoras, que ajudam a se fixar no solo lamoso. As sementes dessas plantas germinam ainda na árvore mãe, e quando caem no solo, rapidamente se desenvolvem. Para sobreviver à salinidade, o mangue vermelho (Rhizophora mangle) possui em suas raízes membranas que impedem a entrada dos sais. Outra estratégia que encontramos em Avicenia, é a eliminação do sal através de glândulas  localizadas nas folhas. A reprodução do mangue também é uma forma de proteção contra o meio salino. O zigoto desenvolve-se preso a árvore mãe, esse mecanismo é conhecido como viviparidade. Além dessas características, essa vegetação possui tolerância a grandes períodos de submersão.


      

   (IMAGEM: Rhizophora mangle, RAÍZES DE ESCORAS)





(IMAGEM: Rhizophora mangle, FLOR)






(IMAGEM: Rhizophora mangle, PROPÁGULOS)



MANGUE BRANCO:



Laguncularia racemosa (mangue branco): 


O mangue-branco (Laguncularia racemosa) é uma árvore pioneira nativa e típica do manguezal brasileiro, encontrada no interior do mangue e na transição para a floresta de restinga.

Ocorrência – litoral brasileiro, do Amapá a Santa Catarina 
nomenclatura – tinteira, mangue manso, mangue verdadeiro, mangue de curtume 
Características – espécie que apresenta pneumatóforos. Folha, oblonga ou elíptica, com pecíolo vermelho, com dois pontinhos na parte superior, que na verdade são glândulas vestigiais, uma em cada pecíolo junto à folha. Esta característica proporciona a fácil identificação em campo. Flores pentâmeras, pequenas de coloração branca esverdeadas. O seu sistema radicular é radial, superficial e se forma perpendicular à superfície do solo, desenvolvendo pneumatóforos. Estas estruturas são menores e mais grossas do que emAvicennia. Possuem glândulas de secreção de sal nas suas folhas por onde libertam o excesso de sal. Atualmente, pensa-se que a queda de folhas é mais um meio de eliminação do excesso de sal. 
Habitat - manguezais
Propagação sementes, rebrotas e mudas
Madeira coloração marrom esverdeada escura, textura moderadamente fina, resistente a xilófagos
Utilidade – a madeira é utilizada para energia (lenha) e pequenas construções de pesca como cercos, etc. A casca e folhas são usadas para se extrair o tanino e para fins medicinais.
Florescimento – janeiro a março
Frutificação – fevereiro a abril
Cuidados - a legislação determina que o mangue é Área de Preservação Permanente. Os manguezais estão incluídos em diversas leis, decretos, resoluções. Os instrumentos legais impõem ordenações de uso e ações em áreas de manguezal.
Ameaças – destruição do habitat, pesca predatória, a captura de caranguejos durante a época de reprodução das espécies, ocupação desordenada do litoral, aterros e desmatamentos
Madeira – coloração marrom esverdeada escura, textura moderadamente fina, resistente a xilófagos
Utilidade – a madeira é utilizada para energia (lenha) e pequenas construções de pesca como cercos, etc. A casca e folhas são usadas para se extrair o tanino e para fins medicinais.
Florescimento – janeiro a março
Frutificação – fevereiro a abril
Cuidados - a legislação determina que o mangue é Área de Preservação Permanente. Os manguezais estão incluídos em diversas leis, decretos, resoluções. Os instrumentos legais impõem ordenações de uso e ações em áreas de manguezal.
Ameaças – destruição do habitat, pesca predatória, a captura de caranguejos durante a época de reprodução das espécies, ocupação desordenada do litoral, aterros e desmatamentos.

Função ecológica:

A grande vantagem dos taninos vegetais é possuir a propriedade de adsorver metais dissolvidos em água, aglutinando-os por precipitação no meio; além disso podem eliminar ou diminuir a toxidez existente na água oriundos de fontes como cianofíceas ou bactérias clorofiladas por exemplo. O mangue branco é um deles!






MANGUE PRETO:

Avicennia schaueriana (mangue preto, canoé): 


Ocorrência – litoral brasileiro, do Amapá a Santa Catarina 
Outros nomes – siriúba, sereíba, canoé 
Características – apresenta raízes horizontais e radiais a poucos centímetros abaixo da superfície, de onde surgem os pneumatóforos, que crescem verticalmente para propiciar melhor condição de respiração às plantas, expondo-se como "palitos" para fora do solo. Estas estruturas são importantes para as trocas gasosas entre a planta e o meio pois possuem pequenos "poros" chamados lenticelas . O tronco possui casca lisa, com tonalidade castanho-claro e quando raspado tem uma tonalidade amarelada, as folhas são esbranquiçadas na parte inferior devido a presença de minúsculas escamas e dão frutos com geometria assimétrica.
Habitat - manguezais 
Utilidade – a madeira é utilizada para a construção de canoas de tronco único e, na flora medicinal, possui importância no tratamento de erupções da pele. É utilizada pelas conhecidas curandeiras que aproveitam os vegetais do mangue para a cura de diversas moléstias, através de suas propriedades bactericidas e adstringentes. 
Cuidados - a legislação determina que o mangue é Área de Preservação Permanente. Os manguezais estão incluídos em diversas leis, decretos, resoluções. Os instrumentos legais impõem ordenações de uso e ações em áreas de manguezal. 
Ameaças - destruição do habitat, pesca predatória, a captura de caranguejos durante a época de reprodução das espécies, ocupação desordenada do litoral, aterros e desmatamentos.



(IMAGEM: MANGUE PRETO )


(IMAGEM: MANGUE PRETO - FLOR)


(IMAGEM: MANGUE PRETO - )


MANGUE DE BOTÃO:

Conocarpus erectus (mangue de botão).


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NÃO TENHO CERTEZA SE ESTA ÁRVORE É UM MANGUE DEVIDO A FALTA DE INFORMAÇÕES, ASSIM QUE CONFIRMAR ALTERO A PUBLICAÇÃO.





(IMAGEM: MANGUE DE BOTÃO - )



ZONEAMENTO:


A zona I ou zona externa sofre inundação frequente de marés, o sedimento é areno-lodoso com grande quantidade de matéria orgânica, nessa faixa se encontra predominantemente o mangue-vermelho.


A zona II ou zona interna é dominada pelas espécies de mangue-preto e mangue-branco com sedimento mais arenoso.

A zona III ou zona de apicum é atingida somente em marés com grande amplitude, como as de sizígia, o sedimento é arenoso e hipersalino, com isso é desprovida de vegetação.

A zona IV ou zona de transição é o limite entre o ecossistema de manguezal e o terrestre, a salinidade tende a zero, é um terreno mais alto que não sofre inundação pela maré, com sedimento arenoso e a flora dominante é composta pelo mangue-de-botão, algodoeiro de mangue e avencão. Essa zona apresenta características mistas entre o manguezal e o continente.

(IMAGEM: ZONEAMENTO DAS ESPÉCIES VEGETAIS, E CARACTERIZAÇÃO SEDIMENTAR. )


(IMAGEM: ZONEAMENTO)


(IMAGEM: TIPOS DE MANGUE, OBSERVAÇÃO DAS RAÍZES E CAULE.)


IMPORTÂNCIA DOS MANGUEZAIS:


      Os ambientes de manguezais são ecologicamente importantes pela sua grande exportação de matéria orgânica para zona costeira, e seu papel fundamental como berçário de diversas espécies locais como de outros habitats. Além de ser uma proteção contra a erosão costeira e estabilizar a linha de costa, o manguezal é uma fonte de renda e alimento para as comunidades que vivem em seu entorno, comprovando assim também seu papel social e econômico. Como reconhecimento pela sua importância em 1965 o Código Florestal definiu que regiões de manguezais são área de proteção permanente.




       As pressões originadas pelo aumento populacional, produção de alimentos e desenvolvimento industrial e urbano têm causado a destruição de significativa parcela dos recursos do manguezal existentes no mundo (Field 1996).

       Apesar disso, os manguezais, assim como outros ambientes costeiros, estão sendo progressivamente destruídos. Esse ecossistema é conhecidamente um trapeador de contaminantes, devido aos processos de mistura de água doce e salgada e através de processos físico-químicos, os poluentes (metais pesados e orgânicos) são carreados para o sedimento ficando ali retidos. A poluição é um grande, porém não único, perigo ao qual esse ambiente está submetido. A urbanização nas proximidades, criação de portos, obras de dragagens, instalação de maricultura, dentre outras são atividades que destroem esse habitat. É necessário o uso sustentável desse ambiente para que ele possa exercer seu papel ecológico e continuar como fonte importante de recursos pesqueiros.




  




FONTES: 


http://www.zonacosteira.bio.ufba.br/Manguezais.html



http://www6.univali.br/seer/index.php/bjast/article/view/2553

http://www.reflor.com.br/arvores_nativas_2.htm

http://terrenosbeiramar.blogspot.com.br/2011/10/mangue-branco-laguncularia-racemosa.html


IMAGENS: GOOGLE